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sábado, 26 de julho de 2025

E SE DE REPENTE NEVASSE NO NORDESTE BRASILEIRO?

Imagem IA

Essa semana uma imagem curiosa né chamou a atenção. Trata-se de um vídeo curto gerado por um programa de inteligência artificial que algum usuário postou nas redes sociais. Nele vemos uma cidade coberta por uma nevasca, mas não trata-se de uma cidade comum igual a de uma região siberiana, e sim da nossa própria cidade vista de uma perspectiva incomum. Uma região costureiramente adaptada ao calor de trinta graus em praticamente todos os meses do ano o qual o único período mais agradável restringe a três meses no ano a uma temperatura mínima que não passa dos vinte graus. Estou me referindo especificamente a região onde moro no nordeste brasileiro, na cidade de nome Limoeiro no estado de Pernambuco. 
Aqui é impensável uma cena igual a foto no cabeçalho da matéria, a rua realmente existe junto com a igreja de Nossa Senhora da Apresentação ao fundo, um dos cartões postais da cidade. Na ilustração vemos a rua coberta de neve com crianças brincando vestindo touca, luva e casaco como um daqueles cartões postais franceses do século dezenove. 
Mas a verdade é que mesmo que a cena linda como uma licença poética, na verdade pouco estaríamos preparados para tal situação. Nossas casas não teria acondicionamento apropriado para reter o frio estremo. Teríamos que atualizar nosso guarda-roupa com vestimentas mais quentes. Também seria necessário adaptar a nossa alimentação, pois alimentos abundantes em regiões quentes como frutas e verduras seriam agora artigos de luxo.
Resumindo, se nós ignorassemos o fato de tal evento não ser um apocalipse mundial a verdade é que com o tempo nós veríamos a neve algo tão incômodo quanto um dia de Sol quente, e a essa altura a imagem poética criada iniciante com neve se tornaria algo tão banal quanto o calor que já nos acostumamos.

Texto: 
Flávio Antônio 

quinta-feira, 17 de julho de 2025

HÁ 50 ANOS PERNAMBUCO ENFRENTAVA UMA DAS PIORES CHEIAS DA HISTÓRIA

 

Nas fotos registradas por moradores locais de Limoeiro - PE 
naquele dia mostram a dimensão do nível do Rio Capibaribe ao encobrir 
a principal ponte da cidade como casas localizadas à sua margem.

A enchente de 1975 começou em uma tarde de sol de quinta-feira, e terminou após dois dias na cidade de Recife, capital de Pernambuco. Essa foi uma das piores cheias que já aconteceram na capital. A cidade foi 80% coberta por água. Foram registradas cento e sete mortes. Ainda assim, o maior desastre ocorrido em Pernambuco continua sendo a enchente de 30 de maio de 1966, ocorrido nove anos antes na qual 175 pessoas perderam a vida.

Mas enquanto o interior, quais os relatos dos moradores daquele dia fatídico? Bem, não se encontra muita informação além dos dados já mencionados acima referente a capital pernambucana. Contudo, para mim, são relatos de moradores como os dos meus meus próprios pais que tornam esse evento ainda tão lembrado e curioso mesmo nos dias atuais.

Considerada a maior calamidade do século, esta enchente ocorreu entre os dias 17 e 18 de Julho de 1975. Outros 25 municípios da bacia do Capibaribe também foram atingidos. No total, morreram 107 pessoas e outras 350 mil ficaram desabrigadas. Na capital e interior, 1.000 km de ferrovias ficaram sem condições de tráfego, pontes desabaram, casas foram arrastadas pelas águas. 

Em seu livro, "Uma Breve História de Limoeiro" (pág.205), do autor Carlos Eduardo Pereira, segundo relatos descritos

"Águas furiosas do Capibaribe cobrem o lastro da Ponte Dr. Severino Pinheiro(lava a ponte)", a rua da Barriguda é parcialmente destruída. Na Pirauíra, as águas atingem quase dois metros e o povo se abriga no Estádio José Vareda. A cidade fica sem energia elétrica e abastecimento de água por vários dias. Os aviões e helicópteros da FAB(Força Aérea Brasileira), socorrem com alimentos e roupas os cercas de 1.800 a 2.000 desabrigados, 168 casas são totalmente destruídas e 131 destruídas parcialmente. Estimam-se em 15 milhões de Cruzeiros, os prejuízos sofridos pela indústria e comércio. A Delegacia de Polícia registra 4 mortos por afogamento..."

Abaixo algumas das fotos tiradas naquela época pelos moradores do munícipio onde moro, em Limoeiro-PE. Cidade que é dividida pelo Rio Capibaribe onde centenas de famílias residentes na parte baixa e próxima ao rio e testemunharam de perto aquela cheia no dia 17 de julho de 1975.

Vários pontos ficaram intransitáveis tanto 
para moradores como para veículos.

Na foto tirada no Bairro do Ponto Certo, 
o trator sendo um dos veículos de grande ajuda para o
 deslocamento de moradores com seus pertences.  

O homem observa desolado o nível da água que 
encobre parcialmente uma das casas.

Na imagem, o morador atravessa com a água sobre os 
calcanhares aquilo que parece ser uma rua coberta pela água.
.
 

Vista da Av. Capibaribe inundada.

O povo assiste o Capibaribe "lavar" a ponte Severino Pinheiro, 
naquela que seria a maior calamidade do século XX em Limoeiro-PE.


Naquela época o atual prefeito do município Arthur Correia de Oliveira 
com alguns moradores avaliando a situação dos desabrigados da rua da Barriguda.

Fonte:
Trechos dos textos  
foram retirados dos sites