Tutancâmon ou Tutancámon (também conhecido pela grafia Tutankhamon)
foi um faraó do Antigo Egito que faleceu ainda na adolescência.
Era filho e genro de Akhenaton (o
faraó que instituiu o culto de Aton, o deus Sol) e filho de Kiya,
uma esposa secundária de seu pai. Casou-se aos 10 anos, provavelmente com sua
meia-irmã, Ankhesenamon.
Assumiu o trono quando tinha cerca de doze anos, restaurando os antigos cultos
aos deuses e os privilégios do clero (principalmente o do deus Amon
de Tebas). Morreu em 1324
a.C., aos dezenove anos, sem herdeiros - com apenas nove anos de
trono - "o que levou especialistas a especularem sobre a hipótese de
doenças hereditárias na família real da XVIII dinastia", na opinião de Zahi Hawass, secretário-geral do Conselho
Supremo de Antiguidades do Egito.
Tut-ankh-Amon
- Imagem Viva do Deus Amon
Em 17 de
fevereiro de 2010, pesquisadores descobriram que o mais famoso faraó do Egito
antigo, Tutancâmon, morreu de malária. Uma pesquisa foi feita com tomografias
computadorizadas e análises de DNA da múmia do faraó. O estudo revelou ainda
que dias antes de morrer o faraó sofreu uma queda e fraturou a perna esquerda.
De acordo com os pesquisadores, Tutancâmon tinha saúde frágil e uma rara doença
que enfraquecia os ossos.
Devido ao fato
de ter falecido tão novo, o seu túmulo não foi tão suntuoso quanto o de
outros faraós, mas mesmo assim é o que mais fascina a imaginação moderna pois
foi uma das raras sepulturas reais encontradas quase intacta. Ao ser aberta,
em 1922, ela ainda continha peças de ouro, tecidos, mobília, armas e textos
sagrados que revelam muito sobre o Egito de 3400 anos atrás.
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Origens familiares
As fontes disponíveis
sobre a vida de Tutancâmon referem explicitamente o nome do pai e da mãe deste
rei. A sua origem real é contudo certa, como mostra uma inscrição num bloco de
pedra calcária encontrado em Hermópolis onde o rei é
descrito como
"filho do rei, do seu corpo".
Para alguns
investigadores o seu pai foi o rei Amen-hotep III (ou Amenófis III, segundo a
versão helenizada do nome), enquanto que outros defendem ter tido como pai o
filho e sucessor deste, Amen-hotep IV, que mais tarde mudaria o seu nome para
Akhenaton em resultado das concepções religiosas que faziam do deus Aton a
divindade mais importante.
Para apoiar a tese da
paternidade de Amen-hotep apontava-se as várias inscrições nos muros e na
colunata do templo de Luxor, feitas no tempo de Tutancâmon, nas quais o jovem
rei refere-se a Amen-hotep como seu pai. Contudo, deve ser salientado que no
Antigo Egipto o termo "pai" tinha um sentido amplo, podendo ser
utilizado para se referir a um avô ou até mesmo a um antepassado longínquo. A
ser filho de Amen-hotep III, poderia ter tido como mãe a grande esposa real
deste soberano, Tié, mas segundo historiadores, sendo Akhenaton proscrito, era
mais interessante que se pensasse que Amen-hotep III era seu pai. No túmulo de
Tutancâmon no Vale dos Reis encontrou-se uma madeixa de cabelo desta rainha.
Para reforçar ainda mais esta tese apontam-se as semelhanças físicas entre Tié
e Tutancâmon, mas a mesma era sua avó paterna. No entanto, em recente análise
de DNA das múmias pelo egiptólogo Zahi Hawass, ficou comprovado que o pai de
Tut é o faraó monoteísta Akhenaton
Outra hipótese
relativa os progenitores de Tutancâmon, a mais aceita hoje em dia, aponta como
seus pais Akhenaton e uma esposa secundária deste, Kiya. Esta rainha poderia
ter uma origem estrangeira, talvez mitânia. Uma cena num relevo do túmulo de
Akhenaton, no qual a família real lamenta a morte de um membro, é interpretado
como uma alusão à morte de Kia durante um parto, sendo este justamente o parto
de Tutancâmon. Sabe-se pouco sobre Kiya, mas os últimos dados que se conhecem
desta figura referem-se ao ano 11 do reinado de Akhenaton, data que se
considera mais ou menos coincidente com o nascimento de Tutancâmon.
Reinado
Tutancâmon e Ankhesenamon
Tutancâmon ascendeu ao
trono aos nove anos de idade, sucedendo no cargo a Semenkhkare, rei sobre o
qual se sabe muito pouco (segundo o egiptólogo Nicholas Reeves, Semenkhkhare
seria Nefertiti com outro nome), mas, Semenkhkhare era o título dado á
co-regentes dos faraós, esse citado era na realidade um nobre, chamado Panhesy,
da alta estirpe de Amarna que se casou com MeritAton, filha mais velha de
Akhenaton, que o sucedeu após sua morte - ambos teriam sido assassinados em
Amarna juntamente com quase todos seus moradores, pois "Ay" vizir na
época, queria o trono para sí e sem herdeiros seria mais fácil. Por milagre,
Tuthankamon e sua irmã Ankhesenamon,conseguiram sobreviver à matança e foram
levados a Tebas para serem casados e coroados, ele com 9 anos e ela com 11 anos
de idade.
Devido à jovem idade
do rei, os verdadeiros governantes durante este período foram Aye e Horemheb,
dois altos funcionários do tempo de Akhenaton, que mais tarde seriam eles
próprios faraós. Ay era, provavelmente amante de Tié (talvez já viúva a esse
tempo) e pai de Nefertiti. Durante o tempo de Akhenaton era o intendente dos
cargos reais, tornando-se vizir, uma posição de grande prestígio que manteve
durante o reinado de Tutancâmon.
No quarto ano do seu
reinado o jovem rei mudou o seu nome de Tutankhaton para Tutancâmon
("imagem viva de Amon"). A sua esposa fez o mesmo, passando de
Ankhesenpaaton para Ankhesenamon ("ela vive para Amon"). Esta mudança
dos nomes está relacionada com a rejeição das doutrinas religiosas de Akhenaton
e com a restauração dos deuses antigos. Durante a fase final do reinado de
Tutancâmon a repressão sobre o culto aos outros deuses tinha se acentuado,
tendo o rei mandado destruir todos os nomes de outros deuses que se achassem em
inscrições, com excepção de Aton.
A situação do Egito
parecia ser catastrófica nesta época, a acreditar no texto gravado numa estela,
a chamada "Estela da Restauração", que foi encontrada no terceiro
pilote do templo de Amon em Karnak. Nele se afirma que os templos dos deuses
estavam em pleno estado de decadência e estes, irados, tinham lançado a
confusão no país. Até as expedições militares no Próximo Oriente pareciam não
alcançar sucesso devido à indiferença perante os templos e os deuses.
Assim, e ainda segundo
a estela, o rei terá mandado fazer novas estátuas de deuses, restaurar os seus
templos, bem como os cultos diários que ali eram conduzidos pelos sacerdotes.
Morte
Acontecimentos após a sua morte
Tutancâmon faleceu aos
dezenove anos em 1324 a.C. Uma vez que o seu túmulo não estava ainda pronto,
foi sepultado num túmulo de dimensões pequenas, pouco habitual para alguém que
ocupou o cargo de faraó.
A sua viúva,
Akhesenamon, toma uma atitude desconcertante. Numa carta enviada a Suppiluliuma
I, rei dos hititas, a rainha pede ao soberano um dos seus filhos como marido,
prometendo-lhe o trono do Egipto. Os hititas tinham sido inimigos do Egito,
razão pela qual este pedido era estranho. Suppiluliuma desconfiou das intenções
da rainha, julgando tratar-se de uma armadilha. Na resposta enviada perguntou à
rainha onde estava o filho de Tutancâmon. Ankhesamon, despeitada, afirma que
não tem filhos. Depois de refletir o rei hitita decidiu atender ao pedido da
rainha, enviando um filho que seria coroado rei do Egipto. Contudo, este
princípe nunca chegou ao Egipto, julgando-se que foi morto no caminho por
espiões enviados por Horemheb ou Ay.
Ay casaria com
Akhesenamon, talvez contra vontade desta, o que lhe permitiu tornar-se rei.
Teria já uma idade avançada (entre os sessenta e os setenta anos), e
inexplicavelmente meses depois, a rainha morre misteriosamente, tendo sido
faraó durante quatro anos, morrendo de "causas naturais" meses após
Horemheb retornar de uma das várias guerras que participava. Respeitou a
memória de Tutancâmon, não usurpando os seus monumentos. Foi sucedido por
Horemheb que não precisou se casar com ninguém, pois já não havia membros da
família real vivos e o mesmo por ser herói de guerra, teve apoio maciço do
povo, reinou durante vinte e sete anos e não deixou herdeiros.
Causa da morte
Devido à falta de
elementos informativos relativos a Tutancâmon, especula-se sobre os motivos da
morte do faraó.
Em 1925 foi realizada
uma autópsia na múmia por Douglas Derry, tendo se considerado na época a
hipótese de uma morte natural, talvez por tuberculose.
Em 1968 uma equipe da
Universidade de Liverpool liderada por R.G Harrison obteve autorização para
realizar raios-x à múmia. Uma ferida perto da orelha esquerda do faraó, que
penetrou no crânio, produzindo uma hemorragia, foi apontada como causa da
morte. Esta ferida poderia ter sido causada por um golpe ou um acidente. As
radiografias mostraram como um osso tinha penetrado no crânio. Alguns
investigadores avançaram com a hipótese de assassinato que teria tido como
autores Ay e Horemheb. O que pelas confusões pelo poder na época é o mais
provável.
Em janeiro de 2005 a
múmia foi retirada do seu sarcófago no túmulo do Vale dos Reis, tendo sido alvo
de um exame no qual se recorreu à tomografia computadorizada (TC). Este exame,
que teve uma duração de quinze minutos, gerou 1700 imagens.
Os novos exames
descartaram a hipótese de morte por assassinato. Em Novembro de 2006 o médico
Ashraf Selim, com base em novas e sofisticadas análises, apresentou novas
evidências que sustentam esta teoria. Quanto ao osso encontrado no crânio
julga-se que foi provocado por um erro durante o processo de embalsamento do
corpo.
Em maio de 2005,
egípcios, franceses e americanos reconstituíram sua face a partir de imagens de
tomografia computadorizada. O rei Tut - como foi apelidado - tinha a parte
posterior do crânio estranhamente alongada e o queixo retraído.
Conforme notícias
divulgadas pela AFP em 16 de fevereiro de 2010, Tutancâmon teria morrido, na
verdade, devido à malária combinada com uma infecção óssea, segundo um estudo
divulgado nesta terça-feira nos Estados Unidos. Para outro autor o faraó Tut
teria passado por severo episódio de malária antes de assumir o trono, mas
teria morrido assassinado por Aye com um golpe na porção posterior do crânio.
O estudo parece abrir
as portas a um novo enfoque de investigação em genealogia molecular e
paleogenômica do período faraônico, opinaram os cientistas.
A descoberta do túmulo de Tutancâmon
Os faraós que ali procuravam sua vida eterna ficavam sob a proteção de uma montanha com a forma de pirâmide.
Inicialmente o túmulo
de Tutancâmon estava destinado a situar-se em Amarna, sendo hoje identificado
como o túmulo KV-29. Quando se mudou para Tebas foi ordenada a construção de um
túmulo na parte oeste do Vale dos Reis. Contudo, como já foi referido, este
túmulo não estava concluído quando ocorreu a morte do rei e Tutancâmon foi
sepultado num túmulo privado adaptado para si, situado na parte leste do Vale dos
Reis .
Em novembro de 1922
foi descoberto o túmulo de Tutancâmon , resultado dos esforços de Howard Carter
e do seu mecenas, o aristocrata Lord Carnarvon. O túmulo encontrava-se
inviolado em ligaduras, com excepção da antecâmara onde os ladrões penetraram
por duas vezes, talvez pouco tempo depois do funeral do rei, mas por razões
pouco claras ficaram-se por ali.
A câmara funerária foi
aberta de forma oficial no dia 16 de Fevereiro de 1923. Estava preenchida por
quatro capelas em madeira dourada encaixadas umas nas outras, que protegiam um
sarcófago em quartzito de forma rectangular, seguindo a tradição da forma dos
sarcófagos da XVIII dinastia. Em cada um dos cantos do sarcófago estão
representadas as deusas Ísis, Néftis, Neit e Selket. Dentro do sarcófago encontravam-se
três caixões antropomórficos, encontrando-se a múmia no último destes caixões;
sobre a face a múmia tinha a famosa máscara funerária. Decorados com os
símbolos da realeza (a cobra e o abutre, símbolos do Alto e do Baixo Egipto, a
barba postiça retangular e ceptros reais), o peso dos três caixões totalizava
1375 quilos, sendo o terceiro caixão feito de ouro.
Na câmara funerária
foram colocadas também três ânforas, estudadas em 2004 e 2005 por arqueólogos
espanhóis coordenados por Rosa Lamuela-Raventós. Os estudos revelaram que a
ânfora junto à cabeça continha vinho tinto, a colocada do lado direito do corpo
continha shedeh (variedade de vinho tinto mais doce) e a terceira, junto
aos pés, continha vinho branco. Esta pesquisa revelou-se importante pois
mostrou que os egípcios fabricavam vinho branco, mil e quinhentos anos antes do
que se pensava.
Na câmara do tesouro
estava uma estátua de Anúbis, várias jóias, roupas e uma capela, de novo em
madeira dourada, onde foram colocados os vasos canópicos do rei. Neste local
foram achadas duas pequenas múmias correspondentes a dois fetos do sexo
feminino, que se julgam serem as filhas do rei, nascidas de forma prematura.
Embora os objetos
encontrados no túmulo não tenham lançado luz sobre a enigmática vida de
Tutancâmon, revelaram-se bastante importantes para um melhor entendimento das
práticas funerárias e da arte egípcia.
A "maldição" do faraó
Máscara mortuária
de Tutancâmon
Em torno da abertura do
túmulo e de acontecimentos posteriores gerou-se uma lenda relacionada com uma
suposta "maldição" ou "praga da morte", lançada por
Tutancâmon contra aqueles que perturbaram o seu descanso eterno. O mecenas de
Carter, Lord Carnarvon, faleceu a 5 de abril de 1923, não tendo por isso tido a
possibilidade de ver a múmia e o sarcófago de Tutancâmon. No momento da sua morte
ocorreu na capital egípcia uma falha elétrica sem explicação e a cadela do
lorde teria uivado e caído morta no mesmo momento na Inglaterra. Nos meses
seguintes morreriam um meio-irmão do lorde, a sua enfermeira, o médico que
fizera as radiografias e outros visitantes do túmulo. Para além disso, no dia
em que o túmulo foi aberto de forma oficial o canário de Carter foi engolido
por uma serpente, animal que se acreditava proteger os faraós dos seus
inimigos. Os jornais da época fizeram eco destes fatos e contribuíram de forma
sensacionalista para lançar no público a ideia de uma maldição. Curiosamente,
Howard Carter, descobridor do túmulo, viveu ainda durante mais treze anos.
fonte de pesquisa no wikipédia e outros sites
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