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sábado, 9 de março de 2013

PÁLIDO PONTO AZUL



" Esta semana, trago a vocês a famosa fotografia do planeta Terra (imagem abaixo), descrito pelo cientista norte americano Carl Sagan, como apenas um ponto minúsculo e insignificante grão de poeira perdido no espaço, mas de grande utilidade 
para nós seres humanos. 
Desde a minha infância que tenho a astronomia uma das minhas maiores paixões da vida, e como qualquer criança sempre queria ser um astronauta, aliás, que não gostaria de ir ao espaço? Mas esse é um sonho impossível de se realizar para muita gente, incluindo eu. Mas, acredito que não precisamos ir ao espaço para sabermos de como insignificante e frágil somos perante um universo tão imenso e misterioso. Em minha opinião, fazemos parte de uma feliz estatística, de que em algum momento, alguma forma de vida surgiria, e consequentemente evoluiria  a tal ponto de questionar a própria existência. Não sei se existem outros semelhante a nós, não fisicamente  falando, mas sim pelo seu intelecto e raciocínio. Provavelmente toda nossa civilização se extinguirá antes de encontramos todas as nossas respostas mais importantes que sempre fizemos. Uma coisa é obvia que o nosso mundo é real e que fazemos parte dele da mesma forma que aquele pálido e insignificante ponto azul faz parte do nosso imenso universo. "

Texto acima de minha autoria 
—  Flávio Antônio



A foto

No dia 14 de fevereiro de 1990, tendo completado sua missão primordial, foi enviado um comando a Voyager 1 para se virar e tirar fotografias dos planetas que havia visitado. A NASA havia feito uma compilação de cerca de 60 imagens criando neste evento único um mosaico do Sistema Solar. Uma imagem que retornou da Voyager era a Terra, a 6,4 bilhões de quilômetros de distância, mostrando-a como um "pálido ponto azul" na granulada imagem.
Sagan disse que a famosa fotografia tirada da missão Apollo 8, mostrando a Terra acima da Lua, forçou os humanos a olharem a Terra como somente uma parte do universo. No espírito desta realização, Sagan disse que pediu para que a Voyager tirasse uma fotografia da Terra do ponto favorável que se encontrava nos confins do Sistema Solar.
Essa foto acabou inspirando Carl Sagan a escrever o livro Pálido Ponto Azul em 1994.


A Terra é um minúsculo ponto, distante 6.4 bilhões de quilômetros, 
no meio de um raio solar, circulado em azul


Reflexões de Carl Sagan

Numa conferência em 11 de Maio de 1996, Sagan falou dos seus pensamentos sobre a histórica fotografia:
                Olhem de novo para esse ponto. Isso é a nossa casa, isso somos nós. Nele, todos a quem ama, todos a quem conhece, qualquer um dos que escutamos falar, cada ser humano que existiu, viveu a sua vida aqui. O agregado da nossa alegria e nosso sofrimento, milhares de religiões autênticas, ideologias e doutrinas econômicas, cada caçador e colheitador, cada herói e covarde, cada criador e destruidor de civilização, cada rei e camponês, cada casal de namorados, cada mãe e pai, criança cheia de esperança, inventor e explorador, cada mestre de ética, cada político corrupto, cada superestrela, cada líder supremo, cada santo e pecador na história da nossa espécie viveu aí, num grão de pó suspenso num raio de sol.
A Terra é um cenário muito pequeno numa vasta arena cósmica. Pensai nos rios de sangue derramados por todos aqueles generais e imperadores, para que, na sua glória e triunfo, vieram eles ser amos momentâneos duma fração desse ponto. Pensai nas crueldades sem fim infligidas pelos moradores dum canto deste pixel aos quase indistinguíveis moradores dalgum outro canto, quão frequentes as suas incompreensões, quão ávidos de se matar uns aos outros, quão veementes os seus ódios.
As nossas exageradas atitudes, a nossa suposta auto-importância, a ilusão de termos qualquer posição de privilégio no Universo, são reptadas por este pontinho de luz frouxa. O nosso planeta é um grão solitário na grande e envolvente escuridão cósmica. Na nossa obscuridade, em toda esta vastidão, não há indícios de que vá chegar ajuda de algures para nos salvar de nós próprios.
A Terra é o único mundo conhecido, até hoje, que alberga a vida. Não há mais algum, pelo menos no próximo futuro, onde a nossa espécie puder emigrar. Visitar, pôde. Assentar-se, ainda não. Gostarmos ou não, por enquanto, a Terra é onde temos de ficar.
Tem-se falado da astronomia como uma experiência criadora de firmeza e humildade. Não há, talvez, melhor demonstração das tolas e vãs soberbas humanas do que esta distante imagem do nosso miúdo mundo. Para mim, acentua a nossa responsabilidade para nos portar mais amavelmente uns para com os outros, e para protegermos e acarinharmos o ponto azul pálido, o único lar que tenhamos conhecido.

— Carl Sagan —


No mistério do sem-fim
equilibra-se um planeta.
E, no planeta, um jardim,
e, no jardim, um canteiro;
no canteiro uma violeta,
e, sobre ela, o dia inteiro,
entre o planeta e o sem-fim,
a asa de uma borboleta.


Canção Mínima, de Cecília Meireiles

 Fonte : Wikipédia

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