" Esta semana, trago a vocês a famosa fotografia do planeta Terra (imagem abaixo),
descrito pelo cientista norte americano Carl Sagan, como apenas um ponto minúsculo
e insignificante grão de poeira perdido no espaço, mas de grande utilidade
para
nós seres humanos.
Desde a minha infância que tenho a astronomia uma das minhas maiores paixões
da vida, e como qualquer criança sempre queria ser um astronauta, aliás, que
não gostaria de ir ao espaço? Mas esse é um sonho impossível de se realizar para
muita gente, incluindo eu. Mas, acredito que não precisamos ir ao espaço para
sabermos de como insignificante e frágil somos perante um universo tão imenso e
misterioso. Em minha opinião, fazemos parte de uma feliz estatística, de que em
algum momento, alguma forma de vida surgiria, e consequentemente evoluiria a tal ponto de questionar a própria existência.
Não sei se existem outros semelhante a nós, não fisicamente falando, mas sim pelo seu intelecto e raciocínio.
Provavelmente toda nossa civilização se extinguirá antes de encontramos todas as
nossas respostas mais importantes que sempre fizemos. Uma coisa é obvia que o
nosso mundo é real e que fazemos parte dele da mesma forma que aquele pálido e
insignificante ponto azul faz parte do nosso imenso universo. "
Texto acima de minha autoria
— Flávio Antônio —
A foto
No dia 14 de fevereiro de 1990, tendo completado sua missão
primordial, foi enviado um comando a Voyager 1 para se virar e tirar
fotografias dos planetas que havia visitado. A NASA havia feito uma compilação
de cerca de 60 imagens criando neste evento único um mosaico do Sistema Solar.
Uma imagem que retornou da Voyager era a Terra, a 6,4 bilhões de quilômetros de
distância, mostrando-a como um "pálido ponto azul" na granulada
imagem.
Sagan disse que a famosa fotografia tirada da missão Apollo
8, mostrando a Terra acima da Lua, forçou os humanos a olharem a Terra como
somente uma parte do universo. No espírito desta realização, Sagan disse que
pediu para que a Voyager tirasse uma fotografia da Terra do ponto favorável que
se encontrava nos confins do Sistema Solar.
Essa foto acabou inspirando Carl Sagan a escrever o livro
Pálido Ponto Azul em 1994.
A Terra é um minúsculo ponto, distante 6.4 bilhões de quilômetros,
no meio de um raio solar, circulado em azul
no meio de um raio solar, circulado em azul
Reflexões de Carl Sagan
Numa conferência em 11 de Maio de 1996, Sagan falou dos seus
pensamentos sobre a histórica fotografia:
Olhem
de novo para esse ponto. Isso é a nossa casa, isso somos nós. Nele, todos a
quem ama, todos a quem conhece, qualquer um dos que escutamos falar, cada ser
humano que existiu, viveu a sua vida aqui. O agregado da nossa alegria e nosso
sofrimento, milhares de religiões autênticas, ideologias e doutrinas
econômicas, cada caçador e colheitador, cada herói e covarde, cada criador e
destruidor de civilização, cada rei e camponês, cada casal de namorados, cada
mãe e pai, criança cheia de esperança, inventor e explorador, cada mestre de
ética, cada político corrupto, cada superestrela, cada líder supremo, cada
santo e pecador na história da nossa espécie viveu aí, num grão de pó suspenso
num raio de sol.
A Terra é um cenário muito pequeno numa vasta arena cósmica.
Pensai nos rios de sangue derramados por todos aqueles generais e imperadores,
para que, na sua glória e triunfo, vieram eles ser amos momentâneos duma fração
desse ponto. Pensai nas crueldades sem fim infligidas pelos moradores dum canto
deste pixel aos quase indistinguíveis moradores dalgum outro canto, quão
frequentes as suas incompreensões, quão ávidos de se matar uns aos outros, quão
veementes os seus ódios.
As nossas exageradas atitudes, a nossa suposta
auto-importância, a ilusão de termos qualquer posição de privilégio no Universo,
são reptadas por este pontinho de luz frouxa. O nosso planeta é um grão
solitário na grande e envolvente escuridão cósmica. Na nossa obscuridade, em
toda esta vastidão, não há indícios de que vá chegar ajuda de algures para nos
salvar de nós próprios.
A Terra é o único mundo conhecido, até hoje, que alberga a
vida. Não há mais algum, pelo menos no próximo futuro, onde a nossa espécie
puder emigrar. Visitar, pôde. Assentar-se, ainda não. Gostarmos ou não, por
enquanto, a Terra é onde temos de ficar.
Tem-se falado da astronomia como uma experiência criadora de
firmeza e humildade. Não há, talvez, melhor demonstração das tolas e vãs
soberbas humanas do que esta distante imagem do nosso miúdo mundo. Para mim,
acentua a nossa responsabilidade para nos portar mais amavelmente uns para com
os outros, e para protegermos e acarinharmos o ponto azul pálido, o único lar
que tenhamos conhecido.
— Carl Sagan —
No mistério do sem-fim
equilibra-se um planeta.
E, no planeta, um jardim,
e, no jardim, um canteiro;
no canteiro uma violeta,
e, sobre ela, o dia inteiro,
entre o planeta e o sem-fim,
a asa de uma borboleta.
— Canção Mínima, de Cecília Meireiles —
Fonte : Wikipédia
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