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segunda-feira, 18 de março de 2013

O RETORNO PARA CASA


Hoje, trago a vocês um dos meus episódios favoritos da série "Cosmos de Carl Sagan 
 (O Destino da Terra ) ", que conta o terrível desfecho de uma civilização tecnicamente  evolda, mas que ainda não estava preparado para lidar com tal  tecnologia, sem compreender exatamente  a sua verdadeira finalidade . Muito emocionante...


Certa vez, tive um sonho, sonhei que estava em uma nave espacial no qual viajava pelo cosmos, sem distinção de tempo ou espaço.
E nesse sonho, imaginei que procurava por outras civilizações no cosmos...
Entre cem bilhões de galáxias e um bilhão de trilhão de estrelas, a vida e a inteligência deve ter surgido em muitos mundos.
Alguns desses mundos são estéreis e desolados
Neles, a vida jamais existiu.
Ou pode ter sido extinta por alguma catástrofe cósmica.
Pode haver mundos cheios de vida, mas ainda sem inteligência e tecnologia.
Pode haver civilizações que desenvolveram a alta tecnologia e prontamente 
a utilizaram para se destruir.
E, talvez, haja seres que aprenderam a conviver com a tecnologia uns com os outros,

 Mergulhados nesses pensamentos, vi que me aproximava de um mundo obviamente habitado, um mundo que eu já visitara antes.
Vi que o planeta estava recoberto por luzes, e reconheci ali a assinatura da inteligência.

Mas, de repente, todas aquelas luzes apagaram-se, seguido de uma escuridão,
 total e absoluta...
Em meu sonho, eu tinha acesso ao livro dos mundos, uma vasta enciclopédia sobre um bilhão de planetas da Via Láctea.
 O que o computador de minha nave dizia desse mundo agora envolto em trevas?

Eles pareciam ter sobrevivido a uma primeira catástrofe.

A biologia deles era diferente da nossa.
Tinham uma tecnologia altamente avançada.
Qual seria a finalidade daquelas luzes?
Eles pareciam estar em apuros.

Os dados do computador de minha nave dizia:
"Probabilidade de sobrevivência em um século: menos de 1%”

Probabilidade nem um pouco animadora.
"Comunicação interrompida"

A sociedade deles fracassara.
Eles cometeram o erro fatal...

 Por um momento fiquei em silêncio e senti dentro de mim uma profunda tristeza, e foi nesse instante que tive uma grande vontade de retornar pra casa.

Enquanto voltava, as transmissões da Terra passavam por mim, afastando-se do planeta à velocidade da luz. Eu fechava os olhos cheio de nostalgia e houvia. Eram os primeiros sinais de rádio emitidos por nossa Terra desde que aprendemos a dominar a tecnologia.


Mas, de repente, tudo ficou em silêncio...
 
E meu sonho ainda não havia terminado.

Teríamos destruído nosso lar?
O que fizemos com a Terra?

Tínhamos muitas maneiras de acabar com a vida.

Envenenamos o ar e a água...
Devastamos o solo.
Talvez tenhamos mudado o clima global.
Poderia ter sido uma epidêmia
Ou uma Guerra Nuclear?

Foi então que me lembrei do computador galáctico.
O que ele diria sobre a Terra?

Galáxia: Via Láctea

Estrela: Sol
Posição: Terceiro planeta a partir da estrela
Espécie : Humana

Eles captaram nossas transmissões
E consideraram-nas um pedido de cidadania cósmica.
Sabiam que nossa tecnologia evoluía rapidamente.
200 nações, umas 6 potências mundiais
e o potencial para nos tornarmos um planeta unido.

Probabilidade de sobrevivência em um século:
Menos de 1% aqui também.
Doses de raios gama e de raios de nêutrons são letais para os organismos dominantes.

Então tinha sido uma guerra nuclear, uma guerra nuclear global.

Não haveria maiores perguntas nem respostas.
Nunca mais haveria amor ou crianças, nem descendentes que se lembrassem de nós com orgulho, nem viagens às estrelas ou canções vindas da Terra.

Eu vi o leste da África e pensei:
Há poucos milhões de anos, nos humanos demos nossos primeiros passos ali.

Nossos cérebros cresceram e mudaram.
As partes antigas começaram a ser dirigidas pelas novas, e isso nos fez humanos, com compaixão, previdência e razão.
Mas, em vez disso, preferimos ouvir o réptil adormecido que havia em nós, aconselhando-nos a ter medo, a sermos territoriais e agressivos.
Aceitamos os produtos da ciência, mas rejeitamos seus métodos.
Talvez os répteis, um dia, tornem a desenvolver inteligência.
Talvez, um dia, haja outras civilizações na Terra.
Haverá vida e inteligência.
Mas nunca mais haverá seres humanos
Nem aqui, nem em bilhões de outros mundos....



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