Seis anos após Diogo de Braga ter
fundado nosso povoado, exatamente no dia 15 de fevereiro de 1630, os holandeses
atacaram Pernambuco. Vinham em busca do açúcar produzido aqui na
Província. Três mil homens, bem armados,
desceram na praia de Pau Amarelo e tomaram Olinda, na época capital de
Pernambuco.
Os nativos, aqueles nascidos em Pernambuco,
juntos com os portugueses ofereceram desde o início forte resistência aos
invasores holandeses. Através de um sistema bem estabelecido de guerrilhas e
emboscadas, a população local manteve forte cerco aos invasores.
Para governar Pernambuco a
Holanda enviou o Conde Maurício de Nassau. O Conde era um homem inteligente e
culto. Ele soube manter um clima de paz e prosperidade em Pernambuco.
Em 1644 Nassau foi obrigado a
regressar à Holanda. Seus substitutos não tiveram a mesma capacidade
administrativa e desagradaram aos luso-brasileiros. Revoltada, por razões
religiosas, financeiras e políticas, nossa gente reiniciou e desta feita com
mais vigor, o movimento para expulsar os holandeses.
Monte das Tabocas:
Assumiu a liderança da resistência
pernambucana o senhor de engenho, João Fernandes Vieira, então governador de
Pernambuco. Após algumas derrotas, os
holandeses resolveram prender o líder da resistência.
Para escapar dos inimigos, João
Fernandes Vieira, vivia se escondendo no interior e mudava de esconderijo
constantemente.
Em junho de 1645 os holandeses
armaram-se e saíram em perseguição a João Fernandes Vieira. Partindo do Recife,
eles ingressaram por São Lourenço da Mata, em busca de Vieira, que procurou
fugir do inimigo. Mudando sempre de esconderijo, nosso Governador terminou
chegando ao Monte das Tabocas, assim chamado, por haver em suas encostas imenso
tabocal.
Refugiado no Monte com seus soldados, João
Fernandes Vieira, auxiliado pelo sargento-mor Antônio Dias Cardoso, experiente
em guerrilhas de emboscadas, traçou um inteligente e perfeito plano de combate
para resistir aos holandeses.
A Batalha:
Na manhã de três de agosto de 1645 as
sentinelas brasileiras anunciaram a aproximação das modernas tropas holandesas,
apoiadas pelos índios tapuias. Vieira reuniu seus soldados e a eles se dirigiu
em tom resoluto proferindo fortes palavras: “a sorte da nossa causa depende
deste primeiro combate”. A causa, era a libertação de Pernambuco.
Uma hora da tarde do dia 3 de agosto de 1645,
deu se a grande batalha. Os luso-brasileiros, usando a tática de emboscadas,
atacavam e recuavam, fugiam e investiam, atraindo e empurrando os invasores
para dentro do tabocal. Resistindo e ludibriando os holandeses, nossos bravos
soldados conseguiram atraí-los em direção ao alto do Monte, onde estava
escondido o grosso da tropa, comandado por João Fernandes Vieira. Ferozmente
caíram sobre o inimigo e após fortes combates, que duraram até ao anoitecer,
nossos soldados conseguiram derrotar o inimigo que aproveitou a escuridão da
noite e fugiu apavorado, abandonando armas, munições, feridos e mortos.
Narra a tradição, que durante os fortes
combates, surgiu uma senhora com uma criança no braço, tendo ao lado um ancião
barbudo com um cajado e eles, além de alento, forneciam armas aos nossos bravos
soldados. De acordo com a crença popular, eram, Nossa Senhora com o Menino
Jesus e Santo Antão. Essa mística narrativa, que só a fé justifica, explica a
frase: “Em Tabocas, o céu e a terra se uniram para gerar o Brasil”.
Conclusão final:
No outro dia ao amanhecer, vendo
que o inimigo havia realmente fugido, nossos bravos heróis de joelhos,
agradeceram a Deus e à Virgem de Nazaré, e gritaram três vezes em alta voz:
‘Viva a fé de Cristo, e a liberdade. Vitória, vitória, vitória”. E logo o
governador João Fernandes Vieira com o chapéu na mão, foi abraçando a todos os
capitães e soldados, agradecendo-lhes e louvando-lhes o esforço e a coragem.
Nosso pequeno exército, em
formação, constituído de homens descalços, sem armamentos adequados, lutando
com amor, de peito aberto, derrotou as bem treinadas e bem armadas tropas
holandesas.
A batalha do Monte das Tabocas,
foi um marco na campanha da insurreição e sem Tabocas, não haveria Guararapes.
Em Tabocas, germinou em nossa gente, o sentimento nativista e de pátria, ali,
originou-se o embrião do exército brasileiro. Tabocas, no dizer de Luis da
Câmara Cascudo, “anunciava os longínquos Guararapes no batismo do sangue
valente”.
A luta contra os holandeses durou
ainda, nove anos, terminando com as batalhas do Monte Guararapes, onde foram
definitivamente derrotados
fonte: nossavitoriape.com
Foi a fé que uniu o povo brasileiro pela primeira vez contra os abusos dos calvinistas holandeses, que invadiam igrejas e mtavam fiéis e sacerdotes. Pela primeira vez o povo brasileiro se uniu de norte a sul e nasceu o sentimento de nacionalidade. Parabéns pelo artigo!
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