Quando eu tinha sete anos, comecei definitivamente a estudar a primeira série. A escola, que ainda existe, fica a poucos metros de onde moro. É uma escola de pintura amarela e com um formato de uma igreja católica convencional, com uma torre e uma cobertura estilo chalé onde naquela parte de cima, dentro, abrigava morcegos e marimbondos.
Era o ano de 1988, há trinta anos, e a minha primeira professores chamava-se "Dona Lima" ou carinhosamente de "Tia Lima". Éramos uma turma em torno de uns 30 a 40 alunos eu acho, pois minhas lembranças era de uma sala lotada de alunos. O meu primeiro uniforme, uma das poucas exigências da escola era bastante simples comparado aos atuais. Uma bermuda azul marinho escuro e uma camisa branca de botões com um bolso no peito onde havia uma inscrição com as iniciais da escola: "Escolas Reunidas Centro Educativo Nossa Senhora dos Anjos". Não me lembro da Sigla de nome, rsrs. A inscrição podia ser feita a tinta de tecido ou bordado a mão. Eu sentia orgulho em vestir o meu uniforme e ir assistir as aulas todas as manhãs. Minha mãe no recreio vinha até a porta da escola trazer meu lanche, uma vitamina de banana com bolachas enroladas cuidadosamente com um guardanapo de pano da própria casa. A escola era pertinho de casa e ela às vezes "dava um pulinho" por lá pra saber como iam as coisas. A medida que avançava os meses, lembro-me de aprender cada letra do alfabeto, do A até a letra "Z". Tenho uma vaga lembrança daquela cartilha com gravuras das iniciais de cada alfabeto. A letra "Z" de Zaza. Tinha um bom comportamento e sempre calado fazia minhas tarefas tanto em sala como em casa com ajuda de meu pai e minha mãe, que sempre me auxiliaram. Tinha alguns amigos, e graças a Deus não tenho uma má lembrança de algo que chamam hoje de "Bulling".
Não podia ser de outro jeito, fui aprovado naquele ano por onde estudaria por mais três anos, até a Quarta-série (essa era a quantidade de série daquela escola).
Apesar de 30 anos depois ainda me recordo daquela época e apesar de morar praticamente de frente àquela escola jamais pisaria novamente naquele local. Seria interessante uma oportunidade de fazer uma pequena visita.
Foto, Texto e Desenho:
Flávio Antônio
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