Karl Marx, nascido na Prússia numa família judaica, passou boa parte da sua vida relativamente obscura e modestíssima – embora não isenta de prazeres mais ou menos furtivos – num recolhimento estudioso entre a biblioteca do British Museum e umas vagas passeatas e piqueniques pelos arredores. Londres foi a sua última morada (e é mesmo a última; está sepultado no cemitério londrino de Highgate, ao pé de Spencer, o que se tem prestado às óbvias larachas).
Em Londres escreveu laboriosamente ano após ano a sua grande obra, O Capital, e dezenas de artigos, de livros, de “cadernos de notas”. Antes disso, na Alemanha, na Bélgica, em França, não se furtara à ação política: era um manobrador de respeito, segundo rezam as crónicas; também nunca lhe faltou uma tenaz visão estratégica. No seu tempo nunca viu grandes resultados do seu gigantesco esforço intelectual ou das suas atividades conspiratórias. Mais do que “compreender o mundo” achava que a missão do trabalho intelectual era “mudá-lo”. E, por assim dizer, mudou-o durante algum tempo, infelizmente para pior: o “Manifesto Comunista” que escreveu em colaboração com Engels, seu amigo, protector,”manager” e “editor” ou mesmo autor substituto, continua a ser a cartilha básica dos comunistas e dos muitos “marxistas” que hoje não mudam o mundo mas ajudam a impedir-nos de o perceber. (Não dou nomes, pois a lista seria muito longa, mas tivemos cá em Portugal recentemente um dos mais espetaculares, o antigo e fugaz ministro das Finanças da Grécia, Varoufakis, professor, veja-se lá, numa Universidade americana.)
O legado de Marx, hoje, já não é o que foi. Durante grande parte do século XX, sob os seus auspícios, muitas vezes invocados em vão, a famigerada trilogia Partido, Plano, Polícia, dominou dois terços da superfície do mundo. O mapa vermelho ia, depois da Segunda Guerra Mundial, da Alemanha ao Mar da China e à Península da Coreia; além de tingir a maior superfície territorial do mundo sob um único governo, a Rússia, essa grande mancha rubra cobria também os territórios circunvizinhos convertidos em Repúblicas Socialistas Soviéticas ou democracias populares, outras regiões da Ásia e cedo cobriria vários países africanos e americanos. Em Itália e França dois poderosos Partidos Comunistas estiveram então perto de conquistar o poder sem golpe de Estado, o que teria sido um feito sem precedentes.
Em Londres escreveu laboriosamente ano após ano a sua grande obra, O Capital, e dezenas de artigos, de livros, de “cadernos de notas”. Antes disso, na Alemanha, na Bélgica, em França, não se furtara à ação política: era um manobrador de respeito, segundo rezam as crónicas; também nunca lhe faltou uma tenaz visão estratégica. No seu tempo nunca viu grandes resultados do seu gigantesco esforço intelectual ou das suas atividades conspiratórias. Mais do que “compreender o mundo” achava que a missão do trabalho intelectual era “mudá-lo”. E, por assim dizer, mudou-o durante algum tempo, infelizmente para pior: o “Manifesto Comunista” que escreveu em colaboração com Engels, seu amigo, protector,”manager” e “editor” ou mesmo autor substituto, continua a ser a cartilha básica dos comunistas e dos muitos “marxistas” que hoje não mudam o mundo mas ajudam a impedir-nos de o perceber. (Não dou nomes, pois a lista seria muito longa, mas tivemos cá em Portugal recentemente um dos mais espetaculares, o antigo e fugaz ministro das Finanças da Grécia, Varoufakis, professor, veja-se lá, numa Universidade americana.)
O legado de Marx, hoje, já não é o que foi. Durante grande parte do século XX, sob os seus auspícios, muitas vezes invocados em vão, a famigerada trilogia Partido, Plano, Polícia, dominou dois terços da superfície do mundo. O mapa vermelho ia, depois da Segunda Guerra Mundial, da Alemanha ao Mar da China e à Península da Coreia; além de tingir a maior superfície territorial do mundo sob um único governo, a Rússia, essa grande mancha rubra cobria também os territórios circunvizinhos convertidos em Repúblicas Socialistas Soviéticas ou democracias populares, outras regiões da Ásia e cedo cobriria vários países africanos e americanos. Em Itália e França dois poderosos Partidos Comunistas estiveram então perto de conquistar o poder sem golpe de Estado, o que teria sido um feito sem precedentes.
Texto extraído do site:
observador.pt
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