O misterioso mecanismo de Antikythera foi encontrado em 1901 perto de um navio naufragado em Antikythera, perto de Creta, na Grécia. Mesmo após tanto tempo, o ‘computador’ primitivo continua intrigando os pesquisadores.
Por exemplo, análises revelaram que o mecanismo tinha cerca de 1.500 anos de idade, mas análises feitas no ano passado reforçaram a ideia de que o instrumento é ainda mais antigo.
Há inscrições na parte da frente e atrás do aparelho e, nos anos 70, cientistas as dataram como sendo feitas em 87 aC. Mas, mais recentemente, os cientistas examinaram letras gregas nas inscrições e dataram o mecanismo como sendo feito entre 150-100 aC. Não satisfeitos, os pesquisadores analisaram os eclipses que o dispositivo registrou, e descobriram que o calendário do mecanismo de Antikythera era entre 50 a 100 anos mais antigo do que se acreditava. Hoje, com base em todos esses dados, estima-se que o instrumento foi construído por volta de 205 aC, pouco tempo depois que Arquimedes morreu.
Seja como for, os pesquisadores também não têm certeza de quem o construiu, embora seu design sugere que ele foi influenciado pelos ensinamentos de Arquimedes, Hiparco, ou Posidonius. Os cientistas acreditam que o mecanismo de Antikythera foi construído com base em um projeto de Arquimedes, e pode até mesmo ter sido construído por uma oficina que exercia a sua tradição tecnológica. Mas então porque nenhum outro exemplar foi encontrado? Não sabemos.
O complexo conjunto de engrenagens de bronze era usado, entre outras coisas, para prever precisamente eclipses lunares e solares, a posição do Sol, Lua e planetas como Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno. Pesquisadores recentemente também descobriram que o mecanismo de Antikythera acompanhava as datas dos Jogos Olímpicos e anos bissextos. E embora não fosse programável no sentido moderno, os pesquisadores o creditam como sendo o primeiro computador analógico já criado, “parecendo estar muito a frente de seu tempo”, uma vez que dispositivos desse nível de complexidade não foram vistos por quase 1.500 anos depois.
De qualquer modo, a incrível complexidade do instrumento revela que os povos antigos eram capazes de produzir feitos intelectuais e engenharia que surpreendem até mesmo muitas mentes modernas.